Olhar a lua, em noites claras, sentir que o reflexo tem a dignidade do reconhecimento, que o lado obscuro da lua enfeita a imaginação, recende mistério de quem, do peito, não recata o plexo. José Francisco, Francisco, Chico, Chiquinho, Quinquinho, Homem-menino, olhar distante, vago, sonhando com um mundo de leis próprias, que do sol retribui o brilho, enquanto descansa ao frescor de sombra que ninguém mais vê. Não há, em nenhum astro, a mesma atração e força que sobre ele exerce, pequeno e frio, o grão lácteo, quase invisível. Disperso nas manhãs, quando raras apresentações ela, amada, faz, nada importa, e por pouco não percebe, que a noite ao dia remete. As tardes são lacrimosas, como morrer de saudade. Angústia por inteiro, quase a não suportar, ansiedade que somente ao declínio passa. Uma estrela, mal percebida, desponta. Anúncio discreto, que alivia e suspira, trazendo à face renovada certeza. Abrir a porta e poder, de novo, voar.
Muito lindo!!!!