Ausente a elaboração de um conceito, ou esquecido este, é comum, diante de indagação específica, o recurso a um exemplo como resposta. O exemplo, nesse caso, tem como função lembrar a ideia a que se refere, mas não o faz adequadamente, pois não distingue o objeto de outros e pode, em certas circunstâncias, mas confundir do que solucionar aquilo que a indagação sugere. O conceito lembrado pelo exemplo é impreciso. Quando o conceito é construído sobre uma ideia e não sobre um objeto do mundo empírico, o exemplo se torna um recurso ainda mais impreciso. Se me indago de um elefante, a fotografia do animal pode ser suficiente à evocação do conceito, embora a lembrança seja menos do que a razão possa ter produzido como resposta. Se me indago a respeito de justiça, não há objeto material ou empírico, apenas ideias cuja complexidade tornam difícil encontrar imagem suficiente e abrangente de tantas vertentes que a indagação sugere ou implica. Obviando este tipo de dificuldade, são criados consensos a respeito de símbolos, tais como a balança, a espada e a venda nos olhos para representação da deusa Themis. O símbolo, nesse caso, exerce o papel de metáfora gráfica do conceito a que se refere e o consenso produz sua aceitação entre os partícipes da cultura que o produziu.