O escuro aquecido deste lugar é minha eternidade, mas algo me força e expulsa. Já não há aquecimento terno e agradável, mas frio e algo difuso que me incomoda. Tenho olhos e não sei como funcionam, apenas sei estar atordoado e gritar é tudo que posso. Águas passam por mim e uma secura trinca minha pele. Preciso de proteção e de saciedade, aconchego e o som musical de uma voz tão íntima. Somente sei que estou entre movimentos de pessoas mecanicamente treinadas, mas um repente me arrebata de toda estranheza e as únicas coisas a que estou habilitado são uma rústica comunicação e a disposição de sobreviver. Em seus braços me aqueço, sinto conforto e recebo tudo de que preciso: amor e alimento.
Que lindo, Bruno! Parabéns!