Sociedades de aparência

Pessoas prezam imagens de si, mais do que si mesmas, em sociedades de aparência. Nesse tipo de sociedade, os ritos são formais, esquecido seu significado fundante, e a formalidade dos ritos assegura a frágil permanência de um modelo de vida em coletividade desgastado, corroídas as relações em seu significado. Tudo procria aparência e nada é realmente sólido, nem instituições, nem pessoas, nem pensamentos, tudo está a um passo de cair e sucumbir em um precipício de profundidade ignorada. O trágico ronda a sociedade de aparência, mesmo que seus integrantes, angustiados, finjam alegria em ser como são: suicidas culturais ignorando o que, no horizonte próximo, aos olhos salta.

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