O politicamente correto e o linguisticamente inclusivo postam-se sobre um pressuposto antinatural no Brasil, buscam um automatismo de resposta a estímulos sociais que a cultura ensina diversamente e a língua não permite. O politicamente correto produz certa carga de estresse, mas a indeterminação de seus resultados é relativa e pode ser superada com esforços culturais e civilizacionais. O linguisticamente inclusivo, especialmente na vertente introdutória do gênero neutro, opera em campo inóspito, pois contraria a estrutura da língua portuguesa e suas soluções parecem improvisações caricatas e inviabilizadoras de tudo quanto se produziu como discurso, literatura e poesia até hoje; assemelha uma inclusão de hipótese destrutiva que, implementada, demanda a reconstrução cultural e civilizacional sob nova ordem de poder, com nova língua e pecados insondáveis na atualidade; há diferenças entre idioma, dialeto e idioleto de que não se pode descurar.