Alvura de intenção reversa, que já não posso pronunciar, síntese do desejo interdito e da realização inenarrável, senão por imagens que pensam e falam melhor do que palavras cismarentas e dúvidas impeditivas, não do pensamento, porém da expressão e da intenção. É tanto o que me proíbe o soneto, por erótico demais para certos olhos e leituras, que a regra já não é mais dizer, apenas esperar que o gesto seja interpretado e adequadamente entendido, ou sofrer da incompreensão para além da meia-idade e morrer guardando no peito a impronúncia condenatória do amor a um ódio que não o desfaz, que procria prole nefanda e estéril.