Ouça o suave som da barca,
que atravessa o rio com o peso das almas.
Leva, como leito acolhedor, todos que desejam,
como soalho pedregoso, quem resiste.
Tão rápido quanto permite o rústico desenho,
segue, sem interrupções, a vontade do comando.
Noites em que a leitura de Poe acalma e satisfaz.
Imensa vontade de chorar, nada mais, e acabar.
Ouça, novamente, e diga se há alguém lá fora,
se esperança é substantivo em que devo acreditar,
se nada vejo que não seja funesto e decomposto.
Tempo não há, como não mais se contam horas e anos.
Lugar para todos nós que nos despedimos sem viajar.
Apenas me lembro das sinceras lágrimas ao se despedir.