O nome que ostentamos é uma necessidade antiga de dizer que somos filhos de certas e determinadas pessoas, não de outras, de onde viemos, o que fazemos, que não somos nenhuma outra pessoa com a qual possamos ser confundidos. O nome é uma propriedade que mesmo os mais severos defensores da igualdade defendem, posto se sentirem e afirmarem diferentes de quaisquer outras pessoas e para identificar como criação sua uma obra artística, científica, técnica, plástica ou literária.
O nome talvez seja a primeira propriedade titulada, pois possivelmente constitui o primeiro título. O nome é a desigualdade intelectual primordial, o ponto e o momento criador de todas as demais desigualdades derivadas do intelecto.
Como não existe propriedade que não seja transitória, o nome é transmitido no tempo e no espaço, adere a outras pessoas, dizendo outras qualidades de seus novos titulares e apagando as qualidades e a identidade de quem morreu e por isso não pode mais ostentar nenhuma exclusividade.