A natureza tem uma linguagem que cicia, recebe e devolve em murmúrio tudo que se pronuncia. Disseram as meninas-moças uma tempestade em tarde vazia, sussurrou a natureza uma oração como igual não havia. Eu, absorto, tudo via, em devaneio, longe, admirado, menino, nada compreendia. Ainda bailando, dos corpos se desprendia o sabor do mar que com a língua saboreava em algaravia. O vento soprava seus pelos e o sentido terreno no ar se esvaecia, a boca secava, o coração acelerava e o por quê eu mesmo não sabia. A imaginação se demorava, tardia, como em contos infantis que minha pouca idade rejeitava e desfazia. Os sonhos de então, feito os do antigo judeu convertido de anciã família, eram para mim muito mais do que simples presságio, eram profecia. Assisti ensaiados passos das flores magnólias com sua beleza de natural amor por cores em árvores longevas e resistentes, moças em cujas peles de emoção e sentimentos meu olhar jazia.