Deveria ter morrido há trinta ou quarenta anos, quando a vida era saborosa e cada experiência, uma novidade. Deveria ter morrido quando a vida era desimportante, quando o heroísmo era cotidiano, a violência, atroz, e contestávamos o governo que nossos pais construíram. Deveria ter morrido quando ainda valia a pena e a revolta era o meu caminho, quando nada havia construído e contentava-me em destruir. Deveria ter morrido quando nada havia consolidado e não havia um plano definido, quando viver ainda não havia me desiludido e, talvez, alguém aguardasse por mim.