A felicidade, o que é?
É ambulante, transitória,
frivolidade ou essencial,
real ou ilusória?
Quem me conta ser feliz
em sua própria história,
tem no que diz um afago
ao que falta em sua memória?
Diga-me quem lê o texto sagrado e ora,
fazendo-o de imediato e sem demora:
houve, com a perda experimentada, felicidade
na cruz para redimir a humanidade?
A felicidade, afinal, o que é,
senão uma vaga tempestuosa,
um aceno de querer divino,
um gesto de delicadeza primorosa,
um sorriso de satisfação impetuosa?
Sei que vem e vai,
mesmo sem ritmo e direção,
sei que me eleva e acalma,
faz leve o momento,
dispara meu coração.