Pensamentos

Há regras na vida republicana que não podem ser desconhecidas. Reconhecer o resultado das eleições é apenas uma face da república. Respeitar as instituições é da essência da vida civilizada. Resultados adversos se revertem em eleições, não por invasões, tumultos e depredação. O que ocorre no Brasil, hoje, tem de ser apurado e os responsáveis, […]

Entre o possível, o provável, o verossímil e a verdade, está a retórica. Não se destinando a provar a verdade e nem se importando com possibilidades ínfimas, a retórica destina-se ao provável e ao verossímil. Não forma uma teoria, mas um argumento módico que comporte o suficiente ao convencimento do verossímil como provável, aplicando-se à

O tempo presente é certo, mesmo na impossibilidade de plena percepção, porque vivenciado neste instante reconhecível e inegável; o passado submete-se às incertezas da memória, que a linguagem e seus registros buscam em vão perenizar, ainda que nada seja tão abrangente quando a realidade e nem mais insuficiente do que a percepção humana é capaz;

Jacques Le Goff (Por amor às cidades, pp. 86/88) discorre sobre o cortejo de São Luis, no século XIII, por cidades nas quais o intento não era eliminar ou mitigar a pobreza, mas mostrar essa pobreza para valorizar sua caridade. Manter a pobreza para o pobre, possibilitando a caridade oficial do rei de França, era

O vazio que experimento não é falta de sentido para a vida, é engano que leva a não enxergar a necessidade da vida, é o vazio de perder a fé e de desobedecer o Criador. Firmeza na fé não é sentido de vida, mas sintoma de que há sentido em viver. A necessidade é da

Álvaro Apocalypse (entrevista yesminas.blogspot.com, 27 de novembro de 2011, acesso em 3 de abril 2023) diz haver encontrado na frase de um marionetista francês não identificado (“A linguagem de bonecos é um resumo de gestos essenciais.”) as possibilidades infinitas do teatro de bonecos. Mas essas possibilidades, reduzidas à finitude, podem ser vistas na vida real,

Os limites do mundo do escritor e do orador são e estão em sua linguagem, como são estes os limites postos ou reconhecidos por Wittgenstein (Tractatus Logico-Philosophicus, proposição 5.6: “Os limites de minha linguagem significam os limites de meu mundo”). A linguagem define o humano no mundo assim como o limite do humano no mundo,

A exatidão da palavra científica e filosófica rebaixa a frouxidão relativa da linguagem cotidiana. Os paradoxos, as perplexidades, os inesperados, os sustos, os inclassificáveis, os impossíveis de traduzir, tudo isso tem seu lugar: a desordem do conhecimento insuficiente, que se pretende absoluto. Se nominar a natureza, como também fixar critérios e classificar, está na herança

O místico e o indizível, comunicando-se por meio do inefável, participam do sentimento do mundo, são experiências personalíssimas que não encontram apoio em princípio algum, porém fora de toda racionalidade, dir-se-ia tratar-se de experiência suprarracional (Pierre Hadot, Wittgenstein e os limites da linguagem, p. 13), é propriamente uma situação de êxtase. A ausência desse êxtase

O que existe na criança antes de aprender a linguagem dos seus pais e dos circunstantes? Existe já uma outra linguagem inata ou pensamento inato, como parece sugerir Santo Agostinho em suas Confissões, Parte I, A infância, nº 8 (“…Não eram as pessoas mais velhas que me ensinavam as palavras, com método, como pouco depois